Lembro de todas as vezes que prometeste, e tu ? Lembro de quando disseste que o para sempre acaba, isso eu sabia, mas lembro de ver sinceridade nas tuas palavras quando disseste que me amarias para sempre.
Lembro que um dia fui eu o motivo do teu sorriso, o lenço para as tuas lágrimas. Lembro também quando meu ouvido foi teu confessionário e a minha boca se manteve fechada por um cadeado sem chave e que mesmo assim, jamais fora aberta para te repudiar.
Lembro ainda dos momentos em grupo, em que nos olhávamos directamente nos olhos e isso tinha um significado estúpido, cheio de graça. Risos sem fim.
Mas gosto mais de lembrar carinhosamente dos momentos à sós, naqueles em que nos revelávamos e mostrávamos-nos as nossas essências, quem éramos de verdade.
Não me lembro de ter te feito sofrer, não me lembro da falta de carinho.
Não me lembro de não te querer ver, de sair do teu caminho.
Não me lembro de outros homens, eras só tu e mais ninguém.
Como o amor é cego talvez não tenha visto, se olhavas para outro alguém.
Lembro-me de ti, de mim, de nós.
Lembro de ouvir a tua voz, no meio da madruga; nas noites impudicas que passei debaixo dos meus lençóis.
Lembro de ter te amado.
Não me lembro se o verdadeiro amor acaba.